Se você cresceu pelo interior do Nordeste, com certeza já levou uma picada de marimbondo ou fugiu de suas casas sólidas, construídas em ambientes que consideram seguros. E essa é a ideia da Casa de Marimbondo, projeto de movelaria criado na comunidade do Tigre, no pantanal sergipano – aliás, região que merece muito ser mais conhecida – , com o intuito de gerar novas fontes de renda para as mulheres locais.

A Casa de Marimbondo foi idealizada por Naná Oliveira e Giovanna Arruda. Naná é multiartista e transita pelas artes visuais, mas se define como artesã. Dedicou 15 anos às artes e 10 ao trabalho e pesquisa com comunidades periféricas e tradicionais, desenvolvendo produtos e aprendendo a artesania do Nordeste, em especial de Sergipe.

Ela conheceu Giovanna nos corredores da faculdade na qual dava aula e daí surgiu uma amizade que depois virou sociedade. Giovanna é arquiteta e, na Casa de Marimbondo, é a responsável pelo detalhamento técnico das peças que são desenvolvidas. Tem um olhar esteticamente aguçado para as formas e proporções.

“Há cinco anos conheci Dona Marizete e Jozinete, mãe e filha, artesãs do povoado Tigre, no município de Pacatuba. Desde então não só desenvolvo produtos, como estou inserida na comunidade. Virou meu projeto de vida”, conta Naná.

Pacatuba abriga o segundo maior bioma pantaneiro do Brasil e o maior bioma pantaneiro costeiro. Para a primeira coleção da Casa Marimbondo, Giovanna e Naná criaram duas cadeiras, uma espreguiçadeira e um tamborete feitos de hastes de metal e taboa, a fibra que garante o sustento de muitas famílias da região. “Seguimos a tradição de entrar nas lagoas, colher a taboa, desfiar, secar e trançar. É um processo longo, árduo e cheio de especificidades”, completa Naná.

As peças dessa primeira coleção são únicas, esculturais, trazendo olhar contemporâneo para o artesanato tradicional da região. Exatamente o que a gente ama em mostrar pra vocês.

As pecas podem ser encomendas pelo Instagram da marca ou no showroom do estilista Guto Carvalho Neto, em São Paulo.