Elegante. Atemporal. Descomplicada. Esses adjetivos definem bem a roupa da Bossa de Maria, marca da baiana Roberta Pires, patologista que entrou na moda por hobby – e não saiu mais. Desde 2021, Roberta desenvolve peças em linho e tricoline com a missão de vestir mulheres que valorizam o conforto, sem abrir mão da… bossa!.

Baiana de Feira de Santana, a médica-estilista sentia falta de encontrar roupas sofisticadas, mas de tecidos naturais. “Gostava de muitas marcas do Sudeste, mas a maioria usava tecido artificial, como poliéster. Feira tem clima de sertão e tecido sintético me causa muito incomodo”, diz.

Durante a pandemia, sua irmã, Bruna, voltou da Europa após uma reviravolta pessoal. Foi daí que Roberta resolveu “unir o útil ao agradável” e montar uma sociedade para lançar a tão sonhada marca que unisse peças de alfaiataria elaboradas e tecidos naturais. Ela cuidaria do estilo, e a irmã ficaria com a parte administrativa. Mas Bruna terminou voltando para a Espanha, e a médica quase desistiu da Bossa de Maria.

Marcos Vinicius, marido de Roberta, achou o negócio promissor e decidiu entrar na “vaga aberta”. Outro empurrãozinho veio de Giovanetti Ribeiro, dona de uma marca de sapatos e figura importante na moda local. “Ela postou uma foto usando Bossa de Maria e várias clientes perguntaram de quem era. Foi isso que me convenceu a não parar.”

A Bossa de Maria seguiu com sua premissa slow e sustentável, nadando contra a corrente. “Aqui em Feira, a clientela ainda não prioriza a sustentabilidade. Mas não abro mão dos tecidos naturais. Também só trabalho com fornecedores e costureiras daqui e faço questão de pagar mais do que o mercado paga, valorizando a mão de obra local”.

As roupas são pensadas para combinar entre si e feitas em tons claros para não desbotar, o que garante maior durabilidade – “até porque o linho é um tecido caro, então tenho que pensar no valor que a pessoa está investindo”. Além disso, Roberta passa pelo menos um dia usando cada peça piloto antes de dar o aval para a produção.

O nome da marca vem do seu amor pela Bossa Nova – Roberta toca violão e piano clássico. Já o “Maria” vem da inspiração de mulheres fortes: “todo mundo tem uma Maria, uma mulher que é referência de garra. No meu caso, tenho duas avós que foram mães solo”.

A Bossa de Maria possui site próprio e envia para todo o Brasil.