Nordeste artificial
Nordeste artificial
Está vendo as fotos ao lado? Elas não existem. Assim como o Papa Francisco vestindo uma gigante jaqueta puffer ou Bill Gates com aspecto de mendigo numa favela indiana, esse senhor de olhar penetrante é fruto do uso da Inteligência Artificial. Na galeria desse post, você encontra pescadores vestidos de astronauta com adereços que remetem a festejos populares do Nordeste, casas típicas do interior com alegorias surrealistas, o Forte dos Reis Magos, tradicional cartão-postal de Natal, suspenso no mar e com raízes gigantes.
As fotos são fruto da imaginação do publicitário potiguar Renato Quaresma, diretor de arte e sócio da Criola Propaganda, uma das agências referências de publicidade em Natal. Batizado de Nordeste Imaginário, o projeto começou como hobby, e o resultado é um Rio Grande do Norte lisérgico, onde a imaginação não tem limite, digno das criações de Tim Burton.
As imagens surpreendem porque criam esse universo de fantasia, mas aparentam ser extremamente reais. “O Nordeste é riquíssimo em cores, formas, texturas e paisagens. A Inteligência Artificial permite amplificar ainda mais esse caldeirão. Mas tudo o que crio através de plataformas como o Midjourney faz parte do meu cotidiano. O que faço é interpretar essas referências sem compromisso com a realidade nem com o tempo.”
A sua relação com o lado artístico não veio da sua formação nas cadeiras da universidade: é uma herança do pai, que foi escultor e artista plástico e, sua bisavó, que criava arte naif. As imagens usam elementos ancestrais da cultura nordestina para construir um universo lúdico, colorido e perdido em algum lugar no tempo em frames tropicais. “A ideia é convidar os seguidores para um olhar mais leve, livre e divertido sobre a identidade nordestina”, afirma Renato.
Mas o que o idealizador do projeto Nordeste Imaginário acha das críticas que vêm sendo feitas ao uso da I.A. para criar distopias?
“O debate é fundamental. Toda a sociedade será impactada por essa tecnologia. E, como toda ferramenta, há o bom e o mau uso. No campo criativo, a I.A. pode nos ajudar em níveis inimagináveis, mas é necessário criar regras, códigos de conduta, como acontece sempre que surge uma nova tecnologia com esse poder de transformação.”
Por aqui seguiremos atentos às novidades do Nordeste real e do Nordeste Imaginário!