A alagoana Lucia Bastos começou a fazer acessórios para si mesma em 2007, bijoux que misturavam materiais diversos, com forte pegada boho, e logo fez sucesso pelo estilo praiano sofisticado, que vai bem das areias de Pajuçara até St. Barths ou Santorini.

No início, adorava garimpar contas, miçangas e afins na Rua 25 de Março, meca do comércio popular de São Paulo, mas conforme a marca foi amadurecendo e se tornando mais adulta, a alagoana investiu na pesquisa de materiais que traduzissem seu estilo e virassem uma assinatura.

Numa visita à Anthropologie, marca americana que traduz como ninguém o espírito boho-nômade, Lucia se deparou com um brinco feito de cerâmica fria. Decidiu estudar o material a fundo, entender como interagia com diferentes pigmentos, e assim foi achando seu lugar no disputado mercado de acessórios.

“No início, criava pela estética apenas. Mas depois de me formar em Design de Joias, em 2018, entendi que o desenvolvimento das peças envolvia também muita química e anatomia. Brincos podem pesar no máximo 10g para não causar desconforto. Ao desenhar um colar, tenho de pensar em toda a proporção anatômica do pescoço.”

A cerâmica fria tem processo similar à cerâmica tradicional, só que a temperatura do forno é bem menor. De lá, saem peças que remetem ao barro, outras que mesclam folhas de ouro e prata e lembram joias da Grécia Antiga, algumas com cores acesas e ar divertido, para quem gosta de brincar com moda.

“A cerâmica fria também me agrada por ser sustentável. As peças que não dão certo ou têm pouca saída são trituradas, e o material, reaproveitado”, explica.

Lucia lança uma média de 8 coleções por ano, com direito a peças de glitter no Carnaval e com muito prateado e dourado para o fim de ano. Em seu ateliê em Maceió, 13 artesãs moldam manualmente cada uma das peças de cerâmica fria – ela também trabalha com pedras naturais, ora sozinhas, ora mescladas com a cerâmica.

A marca tem uma loja no bairro de Ponta Verde e um e-commerce com envio para todo o país.