Um restaurante cujo carro-chefe são sanduíches gourmets feitos com ingredientes regionais e com técnicas da culinária sul-americana. Foi assim que o Rangaço fez fama e conquistou clientela fiel em Salvador mesmo antes de abrir as portas – o nome com cara de gíria é na verdade uma junção das palavras “rango” e “cangaço”. O chef baiano Gabriel Pontes queria materializar em comida suas vivências e viagens por estados brasileiros e países da América do Sul. O projeto foi pensado para servir sanduíches originais em um evento musical em Salvador, em 2015, e, em 2021, conquistou uma clientela fiel na cidade. Operando por um ano em sistema delivery, o Rangaço agora cria raízes na capital baiana com um espaço físico no bairro de Pituba.

Operando no novo espaço há dois meses, o Rangaço trouxe para o salão os antigos clientes e atraiu novos, todos interessados em conhecer a gastronomia do chef que conseguiu dar requinte a pratos simples como o coração de galinha e o pão de alho. No cardápio, o cupim é o protagonista de dois dos mais pedidos sanduíches O Clássico e O Completaço. Outro muito pedido é o de fraldinha de sol grelhada na manteiga de garrafa, uma homenagem aos sabores sertanejos. Sucesso desde a criação do Rangaço são as Patacones do Sertão, bolinhas fritas de aipim com queijo coalho.

Já o chef tem dois pratos favoritos. O primeiro é o coração guisado com pão de alho. “Aqui na Bahia se tem o costume de comer o guisado da moela com o pão de sal. Eu reinventei esse prato com as minhas duas coisas favoritas do churrasco: o pão de alho e o coração”. O outro motivo de orgulho de Gabriel Pontes é o tartare de tangerina, no qual ele corta a fruta na ponta da faca, deixando só o suprassumo porque “é a parte que tem mais sabor e umidade”. A tangerina é temperada com cebola, sal, açúcar, pimenta doce e favo de mel, e vem servida como ceviche por cima de um queijo coalho. “É uma mordida que mescla o frescor da tangerina com a gordura do queijo.”

A visão aberta e criativa para o business veio de sua formação: Gabriel estudou Gastronomia no Centro Universitário FMU, em São Paulo, e Gastronomia Peruana na Le Cordon Bleu de Lima. Depois trabalhou com o chef Henrique Fogaça no Sal e no Cão Veio – nesse último, chegou a ser sous chef – mas teve a primeira relação com comida bem mais cedo, ajudando a mãe a cortar ingredientes para fazer sopas em trabalho voluntário. “Quero conectar o cliente com produtos de qualidade, que conhecemos a origem, num ambiente simples e aconchegante, onde você pode vir de bermudas e chinelo se quiser. Saiu da praia e quer comer comida boa, que tenha arte envolvida? Pode vir no Rangaço!”, afirma o chef.

Inquieto por essência, Gabriel afirma que ainda quer implantar muitas novidades no cardápio. “Começamos a colocar entradinhas novas, têm dois drinks na carta e também oferecemos sobremesas. Isso faz com que o cliente fique mais tempo na mesa e tenha uma experiência completa”.

@rangaco.co

Rua das Rosas, 148, Pituba, Salvador – BA

A partir das 18h, de terça-feira a domingo