Cebola, canela em pau, romã e feijão preto. Lista da feira? Não. São de especiarias, frutas, grãos e legumes que a pernambucana Elaine Leite extrai as cores suaves que dão vida a brincos, colares e braceletes criados com cordas de fibras naturais para a Feito de Nó, marca que lançou em 2018.

Nascida e criada em Palmares, na zona da mata de Pernambuco, e formada em moda pelo Senac, Elaine queria ser estilista, como quase todo mundo que opta por essa carreira. Passou quatro anos trabalhando para a Rush, marca de moda praia referência em Recife, mas logo viu que não era aquilo que queria – ou que podia.

“Queria ser dona do meu negócio e, para criar uma marca de roupas, precisaria de um investimento que no momento não tinha. Olhei para os acessórios em corda por estarem em alta na época e porque sempre tive certeza de que não queria trabalhar com plástico. Em vez disso, com materiais que não agredissem o meio ambiente”, conta Elaine. 

Resgatou a veia empreendedora dos pais, Décio e Christianne, que sempre tiveram comércio na cidade vendendo materiais de informática, escolar, de eletrônica e escritório.

As inspirações surgem naturalmente, fruto de seu olhar atento ao cotidiano. Pode vir de uma obra de arte, de partes do corpo, da arquitetura urbana. “Ativei esse instinto em uma aula de estamparia digital em que a professora pediu que escolhêssemos uma foto aleatória da internet para transformá-la em uma estampa. Criei a minha a partir da curva de uma orelha”.

Suas peças têm formas orgânicas e, ao mesmo tempo, esculturais. Elaine cria sem pressa, e chegou a ficar um ano sem produzir. As bijoux não têm datas, têm referências. É o caso dos colares inspirados nos cobogós do Museu Cais do Sertão, no Recife Antigo, e dos brincos que lembram cabaças, ambos lançados recentemente. 

“O propósito é adornar com história, além da beleza. Nossa produção é consciente em todos os processos, incluindo embalagens e fornecedores, todos pernambucanos, e isso é passado aos nossos clientes”.  E esse apelo ambiental observamos em todos os processos de execução, desde a corda e o fio 100% algodão que se decompõe em até um ano até o papel reciclado que é utilizado nas etiquetas e embalagens.

Gostou? As peças são feitas sob demanda para evitar o acúmulo e descarte de matérias-primas. Então, se quiser alguma, corra para a www.feitodeno.com.br e faça sua escolha.