Juazeiro do Norte, famosa por atrair devotos de Padre Cícero e por ser umas das cidades mais ricas culturalmente do Cariri Cearense, é o ponto de partida de todo o universo da Açude – o nome da marca se refere às  barragens construídas no Nordeste no século passado para amenizar os efeitos da seca. “Açude pra gente é uma forma de  manter a vida, simboliza permanência, resistência”, conta Beatriz Ribeiro, arquiteta de formação que, junto com a sua mãe Ivete Ribeiro, criou a Açude há exatamente um ano, depois de ter trocado pranchetas pela moda – ela trabalhou em tradicionais marcas comerciais de Fortaleza antes de se lançar em carreira solo.

A alma da Açude vem das histórias contadas pela avó de Bia, Zeferina, afilhada de Padre Cícero, sobre a vida no interior do Ceará. E também das conversas com mestres da cultura local, tema de sua tese de conclusão de curso. As peças são feitas para mulheres que buscam conforto, fáceis de vestir, descomplicadas e únicas. Silhuetas amplas, modelagens marcantes, cores suaves do sertão e referências arquitetônicas são marcas registradas da Açude. Espere, portanto, muita assimetria, blocos de cores, recortes, texturas e curvas livres.

Coerente com sua origem, as peças são inspiradas e batizadas com nomes de plantas e animais típicos do Cariri. A blusa Palma, por exemplo, parece mesmo o cacto que domina o sertão. A Tatu lembra o casco do tatu-bola. O vestido Sabiá tem as mesmas curvas da planta que leva este nome, e por aí vai.

As conexões com as pessoas e com o meio ambiente são pilares fundamentais da Açude. Isso se traduz no uso de matérias-primas de fibras naturais, ou tecidos recuperados de confecções amigas. A marca também utiliza a técnica de upcycling, criando peças limitadas e exclusivas. Juazeiro e o Cariri nunca estiveram tão bem representados na moda.

@Acude___

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