It-bag arretada

Peixe-espada, fuscas, tatus. Quem imaginaria que alguns desses elementos poderiam se transformar em bolsa? Pois é esta a proposta do Ateliê 26: criar it-bags que chamem atenção sobretudo pelo aspecto lúdico, sem perder a funcionalidade.

A marca pernambucana foi criada em 2019 pela hoje designer Bianca Rodrigues para ajudar a custear seus estudos universitários no interior do estado. No início as bolsas eram mais básicas, mas Bianca se encantou com processo criativo da costura e passou a investir em modelos autorais.

“Sempre gostei de bolsas diferentes, mas achava que não teria público. Então, no início, equilibrava peças mais comerciais com criações autorais”, explica.

Convidada para colaborar com a marca baiana Dendezeiro no fim do ano passado, Bianca ficou conhecida quando conseguiu dar forma às bolsas idealizas por Hisan Silva e Pedro Batalha como a de filtro de barro e a bolsa tatu-bola. Essa última resume bem a singularidade do ateliê porque, além da aparência de um tatu-bola, ela se movimenta como se fosse um. Foram precisos 11 dias de trabalho ininterrupto para chegar à versão final, passando por 8 protótipos — prova do rigor técnico e criativo da designer.

O sucesso desse modelo marcou o início de um relacionamento mais sólido com a Dendezeiro, e abriu caminho para novas criações inusitadas: botos, capivaras e siris se transformaram em bolsas-esculturas.

Há duas semanas, durante o DFB Festival, a marca foi desafiada por Melk Zda a construir uma peça em formato de peixe-espada. O resultado? Uma bolsa 3D em papel machê, que uniu experimentação estética, design funcional e artesanato contemporâneo.

“Para criar essas bolsas é preciso muito teste. Além da estética, elas também precisam ser funcionais. No exterior, gosto de explorar texturas, usando materiais pouco convencionais, como tecidos automotivos, náuticos e de estofamento.”

Bianca também destaca a importância das redes sociais para o crescimento da marca: “Mostrar meu processo criativo em vídeo fez as pessoas entenderem o caminho entre uma ideia e a finalização da bolsa, e reconhecerem o valor do trabalho manual”.