Arte a tiracolo
Arte a tiracolo
Ousadia, perfeccionismo e sofisticação são palavras que descrevem bem as elaboradas bolsas da Gonzalo. Porém, a marca cearense é mais do que isso: ela é uma verdadeira declaração de amor ao trabalho com palha de carnaúba e crochê das artesãs de Aracati e de outros dois municípios do Ceará conhecidos pela competência de suas artesãs. Idealizada por Walber Góes e o sócio, Rodrigo Bessa, a Gonzalo começou a ser gestada em 2019, mas por conta das incertezas da pandemia terminou nascendo apenas em setembro do ano passado, há exato um ano.
Apesar do pouco tempo de vida, já conquistou por volta de 40 pontos de venda no país e ganhou o coração de quem valoriza um trabalho artesanal e moderno que é rico em significado, história e força. O sucesso pode ser explicado pelo respeito e zelo que Walber tem com as artesãs: “É sempre uma troca. A gente entra com o design, elas trazem a habilidade do saber manual”, conta.
A marca tem hoje 11 modelos de bolsas que misturam palha, crochê e sintético de alta resistência e variam em cores e tamanhos. A inspiração vem da cultura e tradições regionais. Um dos modelos mais impressionantes é a Patuá, com trabalha de palha em um ponto minucioso “Só uma das minhas artesãs conseguia executar essa trama. Mas insisti, as outras foram aprendendo.” A inspiração vem de suas origens, da rica cultura e das paisagens cearenses. Recentemente, por exemplo, lançou três bolsas que fazem referência ao artista Luiz Gonzaga. “Não acredito em produto dissociado de narrativa”, diz Walber, não à toa formado em moda e jornalismo também.
Como boa parte das marcas do Nordeste, a Gonzalo traz o slow fashion e a sustentabilidade em seu DNA, destacando a importância da parceria com as artesãs para o desenvolvimento da economia local. Walber conversa muito sobre a importância da autoralidade, dos cuidados necessários para que o trabalho em palha receba a valorização devida, do ponto de vista artístico e econômico também. “Nossa missão é garantir qualidade de vida, extinção da exploração dos artesãos pelos atravessadores, rentabilidade mensal para essas famílias e, em contrapartida, supervisão de qualidade em cada processo artesanal”, explica.
Algumas bolsas, para além da exímia técnica do trabalho em palha, mostram a inventividade da dupla, caso da “Quará”, modelo que lembra dois chapéus de palha unidos. De tão lindas, podem ser também objetos de decoração. Com tino comercial apurado, Walber e Rodrigo já pensam na possibilidade de lançar uma linha home e, quem sabe, uma coleção cápsula de roupas.
Há algumas estações as bolsas de palha perderam o status de férias e invadiram as cidades. Para quem gosta de objetos artesanais, mas nem por isso com um design menos arrojado, a Gonzalo é a marca da vez. Não só pela beleza das peças, mas por todo o trabalho que desenvolve e pelo que representa: a força e a originalidade do Brasil e do Ceará. Estamos prontos para a nova “it bag” da estação.
Fotos: Divulgação/Gonzalo